Fascículo 4 Um audiolivro é um livro-raiz?

Foi somente ao inciar esse ensaio que pude perceber algumas considerações sobre como opera o rizoma. Precisei descosturá-lo, religar decalques aos mapas. Giules Deleuze e Féliz Guattari inciam o prefácio para edição italiana de Mil Platôs Capitalismo e Esquizofrenia Vol.1t com a constatação de que os livros envelhecem, ou, ao contrário, recebem uma segunda juventude. Dizem também que não lhes é possível prever seu destino, conforme contextos em que vão acometendo-lhe. Estas palavras de abertura colocou em comparação a produção do Anti-édipo e a produção de Mil Platôs. Ao apresentarem a intenção de escrita de cada um e as ambições que os guiaram às aventuras do pensamento destacam em poucas palavras do que se trata um e outro. Recortando aqui Mil PLatôs,explica, e, ou, apresentam as bases da "teoria das multiplicidades por elas mesmas, no ponto em que o múltiplo passa ao estado de substantivo." (1995.p.8). Quantos devires podem ser agrimensados, cartografados e quantos estarão por vir? Ao introduzirem as páginas do primeiro capítulo Rizoma, Delueze e Guatari falam da falta de um sujeito na composição de um livro, mas de vários sujeitos presentes e, linhas de articulação, estratos, territorialidades, linhas de fuga, velocidades e movimentos de desterritorialização e desestratificação, agenciamentos maqúinicos.

Creio que um audiolivro seja também um agenciamento maquínico. Quem o produz, do mesmo modo, não está só, é múltiplo, constituído de diferentes graus de CsO (corpos sem órgãos, segundo informo o tradutor.). Mesmo em um ambiente conetado, repleto de linhas de fuga ou possibilidades de linhas de fuga ainda se estrutura ao sistema radícula. Só que, com a raíz principal destruída em que às raízes secundárias vêem se enxertar multiplicidades imediatas formando uma imagens caótica.

Neste espaço hipertextual e rizomático é projetado um mapa. Não totalmente sem hierarquia. Sem decalques, sem fascículos, sem os contextos binários. Este site-ensaio-audiolivro está cheio de fotos, textos fasciculados, decalques programados, um livro-raíz, entretando, pode ser que esteja em direção ao meio, ao intermezzo.Escrevemos por slogns, com mapa, de modo curto, não tem começo, nem fim. Esperamos que seja um lugar onde se pegue velocidade, privilegiar a lógica do E, com multiplicidades de vozes, de eus, de foras que saibam fazer pragmática. Que rejuvenesçam as ideias e os livros